quarta-feira, 20 de abril de 2011

CRISTO RESSUSCITOU ALELUIA!


“Então entrou também o outro discípulo que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20, 8-9)

Este texto acima é extraído do Evangelho da liturgia do Domingo de Páscoa deste ano. Ele faz parte de todo um conjunto textual que se refere ao “primeiro dia da semana”, no qual Maria Madalena e companheiras vão ao túmulo em que estava colocado o corpo de Jesus e, lá não encontram mais o corpo. Elas anunciam aos discípulos a novidade, mas eles não acreditam. Então, Pedro com João vai até ao túmulo para confirmar a notícia das mulheres (cf. Jo 20, 1-9).
Este episódio ocorrido abriu para todos os cristãos, durantes séculos e até milênios, a possibilidade de encarar os fatos reais da vida com mais esperança e firmeza de pensamento rumo a uma vida melhor. Na verdade, os cristãos acreditam que Jesus Cristo, o homem de Nazaré, após toda a sua trajetória de perseguição e sofrimento diante dos tribunais judaicos e romanos, obteve a sua glória quando aconteceu a ressurreição no terceiro dia após a sua morte.
É questionado pelos ateus e estudiosos mais críticos o fato do acontecimento histórico da ressurreição de Cristo. Porém, os primeiros cristãos das primeiras comunidades sustentaram toda a sua fé a partir do que chamamos de “querygma”, ou seja, “Cristo ressuscitou”. Este foi o primeiro anúncio deles, pois não tinha outra coisa a se dizer.  Depois isto passou para uma decodificação maior e começaram a surgir compreensões mais apuradas em torno deste anúncio. Hoje, os novos cristãos, apesar de buscarem uma compreensão mais histórica do Cristo, não deixam de acreditar neste fato contundente, do ponto de vista da historicidade.
É justamente a partir do hoje que queremos buscar um novo entendimento do que venha a ser a ressurreição de Jesus Cristo para a humanidade. Seria apenas uma ilusão ou tem a ver muito com o cotidiano das pessoas? Há sentido novo para se celebrar a ressurreição?  Como entender tudo isto diante de um mundo arreligioso?  São questões que precisam de abertura para uma maior reflexão.
No entendimento do cristianismo a “páscoa” é uma passagem de uma situação de morte para uma situação de vida. É bom lembrar que para Jesus Cristo, que celebrou a páscoa, fez-a como, em primeiro lugar, memória da libertação do seu povo da escravidão do Egito; em segundo, atualizando esta páscoa como nova aliança do povo com o próprio Cristo. Pois bem, a páscoa se torna hoje a “transformação da realidade humana” para uma realidade de presença transformadora do divino. Acredita-se que no mundo existem várias formas constituintes da presença da morte. Somente a força da ressurreição pode eliminar a morte.
Pode-se pensar que na atualidade há muitas injustiças com os homens e mulheres neste mundo. Imagine o número exacerbado de pobres e miseráveis existentes no mundo, tudo vítima do sistema econômico excludente que coloca à margem quem não serve para o mesmo. Aqueles que não servem são os que não podem consumir e nem ser mão de obra escrava. Há uma ganância tremenda dos mais ricos para obterem mais lucros nos seus empreendimentos multinacionais empobrecendo os recursos naturais e causando a desgraça de muitas pessoas relegadas aos seus próprios destinos. Não se pode esquecer que a busca, a qualquer custo, do poder, leva muitas pessoas a se corromperem e se comprometerem com os interesses mais sórdidos de ávidos capitalistas.
Olhando este quadro, como identificar os elementos de ressurreição presentes? É mister dizer que há muitas iniciativas de ressurreição nos dias atuais também. Pense nas ações de ajuda humanitária praticadas por inúmeros órgãos de defesa da vida, sejam cristãos ou não, diante dos problemas mais crônicos da humanidade: fome, pobreza, guerras, desastres naturais etc. Há estudiosos que ajudam a compreender a vida, a realidade nos seus variados aspectos, de uma maneira diferente. Eles apontam alternativas em face a este projeto demoníaco de exploração do meio ambiente sem o cuidado de reposição.
Cristo continua ressuscitando nas pessoas quando elas conseguem mudar de vida, de comportamento nocivo a si e aos outros para uma atitude saudável. Também, quando se consegue ter uma vida mais bem estruturada, como: ter boa saúde, educação de boa qualidade, família unida, bom emprego e outras coisas. Não se pode esquecer que a ressurreição de Cristo também é para nós uma via de salvação para a vida eterna. Por isso, o Deus que acreditamos é o Deus da vida, da alegria e da felicidade eterna.
Logo, nesta páscoa é necessário que se busque mais o que está sendo oferecido como fator de unidade entre as pessoas e não o que divide. O mundo já é cheio de divisões e não precisamos mais dividi-lo.  Cristo ressuscitou para toda a humanidade, embora esta não o compreenda tanto e nem o aceite como deveria. Uma feliz páscoa!


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