sábado, 22 de setembro de 2012

Manter viva a causa do PT: para além do “mensalão”

 
Há um provérbio popular alemão que reza: “você bate no saco mas pensa no animal que carrega o saco”. Ele se aplica ao PT com referência ao processo do “mensalão”. Você bate nos acusados mas tem a intenção de bater no PT. A relevância espalhafatosa que o grosso da mídia está dando à questão, mostra que o grande interesse não se concentra na condenação dos acusados, mas através de sua condenação, atingir de morte o PT.

De saída quero dizer que nunca fui filiado ao PT. Interesso-me pela causa que ele representa pois a Igreja da Libertação colaborou na sua formulação e na sua realização nos meios populares. Reconheço com dor que quadros importantes da direção do partido se deixaram morder pela mosca azul do poder e cometeram irregularidades inaceitáveis. Muitos sentimo-nos traídos, pois depositávamos neles a esperança de que seria possível resistir às seduções inerentes ao poder. Tinham a chance de mostrar um exercício ético do poder na medida em que este poder reforçaria o poder do povo que assim se faria participativo e democrático.


Lamentavelmente houve a queda. Mas ela nunca é fatal. Quem cai, sempre pode se levantar. Com a queda não caiu a causa que o PT representa: daqueles que vem da grande tribulação histórica sempre mantidos no abandono e na marginalidade. Por políticas sociais consistentes, milhões foram integrados e se fizeram sujeitos ativos. Eles estão inaugurando um novo tempo que obrigará todas as forças sociais a se reformularem e também a mudarem seus hábitos políticos.


Por que muitos resistem e tentam ferir letalmente o PT? Há muitas razões. Ressalto apenas duas decisivas.


A primeira tem a ver com uma questão de classe social. Sabidamente temos elites econômicas e intelectuais das mais atrasadas do mundo, como soia repetir Darcy Ribeiro. Estão mais interessadas em defender privilégios do que garantir direitos para todos. Elas nunca se reconciliaram com o povo.

Como escreveu o historiador José Honório Rodrigues (
Conciliação e Reforma no Brasil 1965,14) elas “negaram seus direitos, arrasaram sua vida e logo que o viram crescer, lhe negaram, pouco a pouco, a sua aprovação, conspiraram para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continuam achando que lhe pertence”. Ora, o PT e Lula vem desta periferia.

Chegaram democraticamente ao centro do poder. Essas elites tolerariam Lula no Planalto, apenas como serviçal, mas jamais como Presidente. Não conseguem digerir este dado inapagável. Lula Presidente representa uma virada de magnitude histórica. Essas elites perderam. E nada aprenderam.


Seu tempo passou. Continuam conspirando, especialmente, através de uma mídia e de seus analistas, amargurados por sucessivas derrotas como se nota nestes dias, a propósito de uma entrevista montada de Veja contra Lula. Estes grupos se propõem apear o PT do poder e liquidar com seus líderes.


A segunda razão está em seu arraigado conservadorismo. Não quererem mudar, nem se ajustar ao novo tempo. Internalizaram a dialética do senhor e do servo. Saudosistas, preferem se alinhar de forma agregada e subalterna, como servos, ao senhor que hegemoniza a atual fase planetária: os USA e seus aliados, hoje todos em crise de degeneração.

Difamaram a coragem de um Presidente que mostrou a autoestima e a autonomia do país, decisivo para o futuro ecológico e econômico do mundo, orgulhoso de seu ensaio civilizatório racialmente ecumênico e pacífico.

Querem um Brasil menor do que eles para terem vantagens.

Por fim, temos esperança. Segundo Ignace Sachs, o Brasil, na esteira das políticas republicanas inauguradas pelo PT e que devem ser ainda aprofundadas, pode ser a Terra da Boa Esperança, quer dizer, uma pequena antecipação do que poderá ser a Terra revitalizada, baixada da cruz e ressuscitada. Muitos jovens empresários, com outra cabeça, não se deixam mais iludir pela macroeconomia neoliberal globalizada. Procuram seguir o novo caminho aberto pelo PT e pelos aliados de causa. Querem produzir autonomamente para o mercado interno, atendendo aos milhões de brasileiros que buscam um consumo necessário, suficiente e responsável e assim poderem viver um desafogo com dignidade e decência.


Essa utopia mínima é factível. O PT se esforça por realizá-la. Essa causa não pode ser perdida em razão da férrea resistência de opositores superados porque é sagrada demais pelo tanto de suor e de sangue que custou.


Leonardo Boff é teólogo e escritor.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

ENCERRAMENTO DO FESTEJO DE PADROEIRA DE TUTÓIA


No dia 8 de Setembro, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Tutóia, celebrou o término da festa de Nossa Senhora de Nazaré, sua padroeira. Depois de 9 noites de celebrações no novenário, a festa culminou no dia da padroeira.
No dia final teve a Santa Missa presidida pelo padre da paróquia, Pe. Jean Carlos, às 8hs da manhã. Logo após teve a celebração do Sacramento do Batismo de várias crianças. Na parte da tarde, a partir das 16:30m teve a récita do Terço de Nossa Senhora pela Legião de Maria e Apostolado da Oração.
Após a oração do terço deu-se a Procissão com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré e o acompanhento dos fiéis. Muita gente compareceu na procissão. No fim da procissão teve a celebração da Santa Missa, presidida pelo Bispo Diocesano, D. José Valdeci Mendes. Ele destacou a importância da missionariedade da igreja para os dias atuais.

Durante todo o festejo a população católica de Tutóia se fez presente nas noite e com as contribuições para o largo da Igreja. Que Nossa Senhora de Nazaré interceda sempre por todos os seus filhos e filhas.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

MENSAGEM DO PADRE- SETEMBRO


 
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

Diocese de Brejo

Tutóia e Paulino Neves

 

PALAVRA DO PADRE – SETEMBRO/2012

Todos os membros da comunidade paroquial são responsáveis pela evangelização dos homens e mulheres em cada ambiente” (Documento de Aparecida, n. 171)

Caríssimos irmãos e irmãs, povo de Deus de Tutóia e Paulino Neves. Nestes tempos em que já estamos vivendo na nossa comunidade paroquial, somos marcados por várias situações que fomentam a nossa caminhada cristã e católica. Dirijo-me a todos vocês paroquianos e paroquianas desta paróquia e Área Pastoral, com uma palavra de esperança e de alegria por estar no meio de vocês para que a missão seja continuada com o nosso trabalho pastoral.

Estamos no mês de setembro, mês da Bíblia, no qual somos todos convidados a refletir mais a Palavra de Deus, sobretudo através da leitura e estudo individual da mesma. A CNBB nos oferece o material de estudo sobre o Evangelho de Marcos. No entanto quem não puder obter o material deve ter pelo menos uma meia hora por dia para a meditação da Palavra de Deus. Você não pode deixar sua Bíblia apenas na estante como enfeite e não aprofundar um conhecimento sobre a mesma. Como metodologia de leitura da palavra eu aponto os três passos necessários: VER: ler o texto sagrado e ver a realidade dele, também a nossa realidade de hoje; JULGAR: através da palavra de Deus se deve perceber qual a sua vontade e projetos frente aos desafios atuais;  AGIR: concretizar atitudes e comportamentos que surgem a partir da reflexão da Palavra e em benefícios do povo de Deus. Acrescentamos o CELEBRAR, que é o momento da alegria, da celebração de tudo o que foi feito e realizado nesta transformação de vida.

Buscando enfatizar a relevância da Palavra de Deus na vida do cristão e da cristã, os bispos que participaram da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida, afirmaram: “A Sagrada Escritura, Palavra de Deus escrita por inspiração do Espírito Santo, é com a Tradição, fonte de vida para a Igreja e alma de sua ação evangelizadora”. Depois eles acrescentam que: “desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo” (AP, 247).

Com esta motivação é que eu conclamo a todos os grupos, pastorais, movimentos e comunidades de nossa paróquia a criar momentos de estudo, pesquisa e meditação da palavra de Deus. Mesmo que vocês não sejam grandes cientistas da Bíblia, mas o Espírito Santo será o vosso condutor na meditação da mesma. É muito bom conservar ou iniciar a leitura partilhada da Palavra nas celebrações da Palavra na comunidade. Não podemos perder esta riqueza que adquirimos com a história da nossa caminhada.

Termino aqui com as palavras do Papa Bento XVI que afirma: “É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida na rocha da palavra de Deus” (Bento XVI). Com minha bênção!

Pe. Jean Carlos – Administrador Paroquial de Tutóia e Paulino Neves