Nestes dias tenho refletido muito sobre a relação que há
entre o cristão e o dinheiro. Questionei-me
se realmente há uma necessidade de haver dinheiro dentro das ações realizadas
pelo cristão e a cristã, haja vista que a sua ação no mundo deve ser gratuita. Depois,
observando as relações institucionais das igrejas cristãs, no decorrer da
história humana, sempre se percebeu uma corrupção no tocante ao dinheiro. Muitos
cristãos e cristãs não conseguiram se conter quando tiveram que provar do poder
que o dinheiro dava e aí se rebelaram contra a sua fé.
Uma vez Jesus Cristo disse: “Ninguém pode ser a dois senhores. Com efeito, ou odiará um amará outro,
ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao
dinheiro” (Mt 6,24). Esta alerta de Jesus vem ao encontro nosso como um
sinal vermelho que nos possibilita parar para refletir a importância que damos
ao dinheiro em nossas vidas e nas relações humanas. Já tenho visto muitos
cristãos ficarem perdidos por causa do mesmo. Muitas pessoas estão sempre em
busca dele como se fosse a última coisa que deveriam fazer.
É de suma importância que se diga logo que o cristão não deve
ser contra o dinheiro, pois ele é um elemento primordial nas relações humanas e
sociais, sobretudo nos dias atuais. No entanto, partindo do princípio de Jesus
acima, faz necessário asseverar que não deve estabelecer uma relação promíscua
com ele. Pois muitas são capazes de matar, roubar, mentir, cometer injustiças
por causa do dinheiro. Como é dito no meio popular: “vendem até alma” por ele.
Hoje a sociedade não consegue mais viver sem o dinheiro. Ele é
a mola propulsora do mundo. Também as igrejas cristãs dependem muito do
dinheiro para ter os meios adequados e necessários para o trabalho
evangelizador. Estes meios são: instrumentos musicais, templos, materiais de
expediente, transportes, despesas com os agentes de pastoral e outras coisas. Por
isso, sempre é usado meio de pedir as ofertas e o dízimo para os fiéis para que
haja colaboração dos mesmos na obra de evangelização.
O que é arrecadado nas coletas e dízimos deve estar em
perfeita sintonia com o trabalho evangelizador. Lembremos que muitas igrejas
cristãs têm obras de caridade que ajudam as pessoas nas mais variadas limitações
e mazelas humanas. Como exemplo: orfanatos, hospitais, leprosários e outros.
Muitos agentes de pastoral são ajudados nas missões na África, na América dos
Sul e na Ásia. Então, quando o dinheiro é bem usado para fins evangelizadores,
não se pode prescindir dele na vida do cristão.
Pe. Jean