quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O VALOR DO PERDÃO


O VALOR DO PERDÃO


Estamos no período da quaresma, e a Igreja chama a atenção dos seus fiéis para a necessidade da prática do perdão nos relacionamentos interpessoais. Obedecendo o mandado de Jesus Cristo que afirma: “Pois, se perdoardes aos homens os seus delitos, também vosso Pai celeste vos perdoará, mas se não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará os vossos delitos” Mateus 7,14 e 15).

É compreensivo pela declaração bíblica neotestamentária que há uma necessidade da reciprocidade do ato do perdão para que haja a real bênção divina na vida das pessoas. Isto vem ao encontro do que nos diz Mateus quando profere a bem aventurança da misericórdia: “Felizes os misericordiosos, por que alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).

Mas é importante que entendamos o que é o perdão na perspectiva bíblica. Feito isto poderemos ter uma compreensão melhor do perdão e a urgência da sua praticidade. Quando Deus fez a aliança com o povo de Israel asseverou que o povo deveria se manter fiel aos seus preceitos , pois ele manteria sua aliança até os fins dos tempos. Deus lembra sempre ao povo que ele é aquele que tirou o povo da escravidão do Egito. Em Êxodo se afirma: “Deus pronunciou todas estas palavras, dizendo: ‘Eu sou Iahweh teu Deus que te fez sair do Egito, da casa da escravidão. Não terás outros deuses diante de mim’” (Êxodo 20,1-3). Esta aliança é quebrada, pelo povo de Deus, durante os quarentas anos na caminhada pelo deserto. O povo faz um bezerro de ouro pra adorar por não acreditar mais naquilo Deus prometera a ele (Ex 32,1-6)

Este resgate bíblico nos leva a entender que já desde o início a relação entre Deus e o povo foi é de fidelidade e infidelidade. Quando chegam os profetas a mensagem maior é chamar o povo para que seja fiel seu Deus. Jesus renova isto de uma maneira mais atualizada para a época. Ele revela um rosto de um Deus que é Pai e que está aí para perdoar os nosso pecados para gozarmos da comunhão com ele.

O perdão na concepção jesuana é um resgate da dignidade humana que se encontra numa situação de exclusão social e de afastamento do amor divino. Jesus perdoa os pecados, mas abole a compreensão de que todos os males corporais do ser humano sejam frutos de sua própria pecaminosidade. Quando cura o paralítico em Cafarnaum questiona os seus interlocutores que estavam colocando a sua ação em dúvida. Diz ele: “Que é mais fácil dizer ao paralítico: ‘os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘lavanta-te, toma teu leito e anda?’” (Marcos 2,10 e 11).

Jesus ensina aoa seus discípulos que o perdão deve ser na perspectiva de libertar o seu humano de uma situação de exclusão. Não compactua com o pecado, mas enxerga bem o pecador e faz de tudo para que ele seja liberto de sua condição para que possa voltar ao convívio de seus amigos e irmãos. Lembremos da alegria que se tem quando um filho volta ao convívio familiar depois de sair de casa e voltar sem força e nada para o pai (Lucas 15).

Hoje estamos em uma sociedade muito individualista que preza muito pela liberdade individual. As pessoas arrogam-se na condição de ter direito sobre tudo e sobre todos. A dimensão da coletividade é suprimida pelo egocentrismo e a busca desenfreada pelo ter e o prazer. Com isso, não há espaço para o perdão como busca de comunhão, de resgate de unidade entre as pessoas. As pessoas tendem muito a desenvolver os sentimentos do ódio e rancor umas para com as outras.

No entanto, precisa-se dizer que o perdão não é esquecimento dos fatos nocivos ocorridos conosco ou com os outros, mas sim uma tentativa positiva de fazer com que estes fatos não determinem seus atos vitais a partir daquele momento. Quando eu perdoo alguém, não estou dizendo que aquele ato inferido pelo outro a mim não tenha feito consequências duras e até de longa periculosidade. Mas estou afirmando que não viverei com aquele sentimento de culpa ou de desespero por não ter ou ser perdoado.

Sabe-se que nos dias hodiernos, sobretudo pela ciência, que o perdão é um elemento importantíssimo na prevenção do câncer. Pois quem guarda muitas mágoas, rancores e outras coisas pode desenvolver várias doênças psicossomáticas, como também físicas.

Portanto, o perdão além de ser uma necessidade corporal e pscológica, também é essencialmente espiritual. Partindo do princípio de que Jesus Cristo é o mestre do perdão e assim o ensinou ao seus discípulos. Assim todos os cristãos devem encarnar no seu ethos a realidade  do perdão como fator preponderante de realização pessoal e cristã. Em um último lembrete, quero reiterar as palavras do mestre na oração do pai nosso: “perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos aos nossos devedores” (Lucas 11,4).

Pe. Jean Carlos

sábado, 25 de fevereiro de 2012

PARÓQUIA DE ITAPECURU MIRIM NA CF-2012


A Paróquia de Itapecuru Mirim começou hoje (25/2) o encontro anual da Campanha da Fraternidade, cujo tema: "Fraternidade e Saúde Pública". A campanha é organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O encontro começou com a acolhida  dos participantes vindos das comunidades rurais e da cidade. Mais de 140 pessoas estiverem presentes neste dia todo discutindo sobre a saúde pública no nosso País, nosso Estado e nosso Município.

Descobriu-se que muitas pessoas tem ajudado a termos uma política pública sobre a saúde, no entanto, percebe-se que precisamos avançar mais nesta questão. Há muito descaso no Sistema Único de Saúde - SUS. O povo ainda sofre muito na questão do atendimento do SUS e, na política de prevenção da saúde.
O encontro foi assessorado pelo Pe. Moraes, a Profª. Maria do Carmo e o Coordenador Diocesano da Pastoral da Juventude, o jovem Marlon.

Amanhã continuará o encontro com a dimensão das propostas de ação. Destacamos a importância da criação da Pastoral da Saúde que irá ajudar a implementar o projeto da CF-2012 na nossa paróquia.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

MARANHENSE É NOMEADO ARCEBISPO DE TERESINA-PI


O Santo Padre, o papa Bento XVI nomeou na manhã de hoje, 22, para a arquidiocese vacante de Teresina (PI), dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, transferido da diocese de Crateús (CE). Dom Jacinto sucede a dom Sérgio da Rocha, que foi transferido para a arquidiocese de Brasília (DF) no último dia 15 de junho de 2011.

Dom Jacinto nasceu em 1947, em Bacabal (MA). Estudou Filosofia no Seminário Provincial de Fortaleza (CE) e Teologia no Seminário Provincial do Nordeste, em Recife (PE). Dom Jacinto também é formado em Psico-Pedagogia, pelo Centro Ecumênico de Serviço à Evangelização Popular, em Viamão (RS).

Ele foi ordenado sacerdote em 15 de janeiro de 1972 fazendo parte do clero da diocese de Bacabal. Como padre exerceu os seguintes cargos: paroco na Paróquia de São Benedito Pedreiras, diocese de Bacabal (1972-1994) e membro do Conselho Pastoral Diocesano (1972-1980) e membro da Comissão Nacional para o Clero (1980-1983), Membro do Conselho de Consultores da diocese (1984-1994), Vigário Geral da diocese (1990-1995), Vice-Reitor (1994-1995) e Reitor do Seminário Inter-diocesano de Santo Antônio, em São Luís do Maranhão (1995-1998), entre outros.

O novo arcebispo de Teresina é também o autor de vários livros de assistência espiritual e pastoral. Foi escolhido bispo de Crateús no dia 18 de fevereiro de 1998, cargo que assumiu em maio do mesmo ano.

Fonte: CNBB

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2012



FRATERNIDADE E SAÚDE PÚBLICA
Neste ano de 2012 a Campanha da Fratrenidade, promovida pela Igreja Católica, sempre no período quaresmal vem tratar da questão da saúde pública. O tema da campanha é: “Fraternidade e Saúde Pública”. Já o lema é: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclesiástico 38,8). A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) quer com esta campanha “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde” (Cf. Texto-Base da CF-2012, n.6).

É importante para nós cristãos, também os não cristãos, que reflitamos sobre a nossa saúde e a dos outros irmãos e irmãs. Devemos perceber que neste sistema de saúde pública há muitas iniciativas positivas, porém há também muitas irregularidades que afetam profundamente o nosso povo pobre brasileiro.

O objtivo central supracitado coloca a dimensão da “vida saudável”. Então nos perguntamos inicialmente: o que é uma vida saudável? Como posso ter uma vida assim? Já surge algumas dificuldades logo de início sobre esta questão. A primeira dela consiste em abranger a vida dentro de um contexto microcósmico e macrocósmico. Isto é, a vida está inserida numa realidade ampla e curta ao mesmo tempo. Depois o terminologia saudável implica a compreensão de ter um corpo e mente equilibrado psicofisicamente.

Ater-se-á aqui apenas a questão da saúde na vertente da sua disponibilidade a ser oferecida pelos orgãos competentes à população. Também em práticas que levam  a termo uma conduta mais sadável. Sabe-se que a saúde integral é desejada por todos. A população brasileira faz há anos as reivindicações em tono das políticas públicas para a saúde pública. Já temos o SUS (Sistema Único de Saúde) que tenta atender ao princípio da universalidade de atender a todos, mas ainda se torna insuficiente na grande demanda da sociedade, sobretudo a mais carente na economia.

Também, nesta campanha  se quer trazer para o meio da discussão a problemática da saúde e suscitar inicitivas populares de práticas de saúde para atender a comunidade. É bom que se diga que a concepção de saúde formulada pela OMS Organização Mundfial da Saúde) consiste em “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doênças”. Ao observar esta definição começamos a perceber que a preocupação da Igreja sobre este tema é relevante. Pois dentro desta abordagem está inerente a questão da “defesa da vida”. A Igreja sempre está falando, profeticamente, sobre a vida ameaçada nos mais diversos lugares e situações de vida.

No tocante a saúde pública, chega ás vezes ser uma ameça à vida, quando os nossos representantes desviam milhões de reais  que são destinados para a melhoria do atendimento na saúde pública. Por isso esta campanha não só tratará sobre a vida saudável, mas também sobre estas situações alarmantes que levam milhares de pessoas no nosso país  a óbito. Pois não tem um atendimento correto  e muito menos adequado por falta de materiais próprios da saúde.

É bom que reflitamos um pouquinho sobre como anda a nossa saúde pública no nosso país no nosso país, nosso Estado, nosso município e até na nossa comunidade. Se pormos a refletir sobre isso, descobriremos muitas imperfeições e as discrepãncias entrte o ideial e o real. Seguir-se-á a reflexão deste tema no próximo artigo.

Pe. Jean – santospejean@yahoo.com.br