quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Paróquia realiza a abertura da CF-2013 na Quarta Feira de Cinzas
Ontem a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Tutóia, fez a abertuta da Campanha da Fraternidade, tendo como tema "Fraternidade e Juventude". A partir das 14h começaram a chegar as caravanas dos jovens e povo em geral das comunidades.
Com a chegada das caravanas se começou a animação pelos ministérios de música da paróquia. Logo após o Diác. Clúdio Mendes fez uma explanação sobre a CF-2013. Destacou a importância dos jovens estarem ocupando as novas mídias como espaço de nova evangelização.
Logo após a palestra houve uma grande caminhada do jovens e o povo em geral, da comunidade Comum até à Igreja Matriz como forma de expressar a nossa fé em Jesus Cristo e nesta Campanha da Fraternidade. Na chegada da caminhada na Igreja houve a celebração das Cinzas, onde foram impostas sobre as cabeças dos jovens como sinal de arrependimento das atitudes contra a vida e tomada de decisão para lutar pela vida, sobretudo dos jovens.
Foi um momento marcante para a nossa paróquia. Deus abençoe sempre os jovens!
A JUVENTUDE NO SEIO DA IGREJA (I)
Mais uma vez a Igreja Católica traz para o centro das suas
reflexões, a partir de uma prática já sedimentada na sua história, denominada
de Campanha da Fraternidade, a temática “juventude”. Digo mais uma vez por que
em 1992 ela se debruçou e refletiu sobre a juventude e sua realidade.
Uma questão pertinente sobre esta ação da Igreja consiste em
saber o porquê dela novamente retomar este assunto depois de 13 anos passados.
Sabe-se que nestes anos já percorridos muitas mudanças ocorreram na vida da
juventude. Então, devemos contextualizar um pouco o que está acontecendo com a
Igreja Católica no Brasil em referência á juventude.
Primeiro, a Igreja ficou distante dos jovens, pois as suas
inquietações e desejos nem sempre estão de acordo com doutrina da Igreja. O
Magistério Eclesial não desceu na base para dialogar com os jovens, mas apenas
para ditar as normas e regras que eles precisariam obedecer para poderem se
identificar como membro dela. É bem verdade que não podemos deixar de lado as
inúmeras tentativas de grupos e pastorais da Igreja para estar com os jovens.
Segundo, que o discurso empregado pela Igreja é um discurso
que dogmático e o mesmo, às vezes, torna-se inacessível para os jovens que
querem se envolver com a própria Igreja.
Terceiro, em consequência
disso, a evasão dos jovens na Igreja é significativa. Eles têm outros
atrativos, pois são bem recebidos em outros ambientes e até em outras igrejas.
Os jovens do Brasil, em geral, têm uma mentalidade bem laicizada, mesmo que
tenham dentro de si a busca pelo transcendente, pelo espiritual. É importante
frisar que segundo o IBGE, os jovens dos anos dois mil têm forte participação
religiosa nos grupos: 54,9% denominam-se católicos, 21,4% se definem
evangélicos (protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais), 2% se
declararam ateus, enfim, 14,3% se afirmaram sem religião. Percebemos contrastes
interessantes nestes dados que são dignos de uma reflexão mais acurada.
Daí surge uma necessidade para a Igreja Católica de como
dialogar com os jovens que são da nova geração. Como falar com os jovens que
estão e aqueles que não estão dentro da Igreja.
É importante destacar que neste ano de 2013, em julho, a
Igreja Católica no Brasil vai realizar um grande evento de massa, para os
jovens, em especifico, denominado “Jornada Mundial da Juventude”. Este evento
terá como ponto culminante a presença do seu líder religioso, representante de
Pedro, o Papa Bento XVI. Este virá mais uma vez ao Brasil para falar à
juventude que “eles não devem buscar outra opção que senão Cristo, e dentro da
Igreja”. Há uma aposta de que os jovens ouvirão este apelo e
ressignificarão suas vidas a partir
deste chamado.
Então a Campanha da Fraternidade mais uma vez sendo colocada
a partir da temática juventude ajuda a ventilar esta dimensão importante dentro
da Igreja que tanto é relegada e nem sempre é alvo de discussão ou apreço.
A campanha tem como objetivo: “Acolher os jovens no contexto
de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento
de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna
fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz” (Texto-Base, n.4).
Deste objetivo surgem outras reflexões interessantes que
abordaremos na segunda parte desta construção de pensamento. O importante agora
é saber que a abordagem sobre a juventude deve levar a Igreja a se abrir mais
ao jeito jovem de ser e não ficar só apegada às suas conformidades
tradicionalistas e tradicionalizantes.
Pe. Jean Carlos
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