quarta-feira, 6 de junho de 2012

O CORPO DE CRISTO NA VIDA DO CRISTÃO




Neste mês de junho começamos celebrando uma festa importantíssima para os cristãos, sobretudo os católicos. É a festa do Corpo de Cristo, ou Corpus Christi. A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal "Trasnsiturus de hoc mundo", estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes. A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças. No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais. A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.

Esta parte histórica nos dá uma base daquilo que de fato nós estamos celebrando. É fazer memória do ato salvífico de Jesus Cristo, atualizando a aliança. Jesus diz: “Tomai, isto é o meu corpo”(Mc 14,22). Também afirma: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos” (Mc 14,24). Jesus faz uma atualização da páscoa antiga dando um novo significado. Agora, o verdadeiro sacrifício e realizado por ele, na sua própria pessoa. Dá-se a si mesmo em favor de todos. Não é preciso mais recorrer aos sacrifícios de bodes e carneiros.

Podemos entender que este ato é valorizado a partir da perspectiva da partilha, da solidariedade de Deus para com a humanidade. Mas também é uma ação profética que denuncia a soberba e o orgulho humano. É bom lembrar que a eucaristia é ação de graças.

Jesus faz esta ação de graças e nos ensina que também devemos colocar nossa vida a disposição dos outros. Oferecer a nossa vida em prol dos outros é uma verdadeira eucaristia. Também não se deve esquecer-se de lembrar que a eucaristia transforma aquele que comunga em alguém mais voltado para o compromisso com a realidade do outros.

Em um mundo de hoje, permeado de tantas injustiças, de tanta fome, de tantas pessoas que ainda não tem o que comer diariamente. É necessário que se reflita sobre a importância do partilha e divisão dos bens dentro da sociedade. Não se pode viver dizendo que é cristão e sendo de comum acordo com este sistema injusto de concentração de bens.

Portanto, celebrar o corpo de Cristo é dizer que também acreditamos na partilha, no amor entre as pessoas. É assumir o compromisso de criar iniciativas de solidariedade entre as pessoas, sobretudo comas pessoas que mais sofrem. Não é só uma questão dogmática, mas é de prática da fé em Cristo.

Pe. Jean

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